quinta-feira, 25 de abril de 2013

Aumenta apresenta, Betagrooveband


Reza a lenda que, num belo dia, um velho guitarrista de blues mandou um recado a um colega bem mais jovem e que se dedicava com afinco a tocar a maior quantidade possível de notas na maior velocidade que conseguisse: "Diga pra esse moço que essa nota que ele está procurando eu já achei há décadas."

Fato ou lenda, essa história serve para ilustrar/definir com rara felicidade o trabalho musical de Tony Babalu, um dos primeiros guitarristas brasileiros a entender e produzir rock de verdade por aqui. Desde os anos 70 na ativa, Babalu tem um currículo que pode ser considerado um verdadeiro "quem é quem" do rock nacional. Entre seus principais trabalhos está uma longa e prolífica parceria com Oswaldo Vecchione, fundador, coração e alma do Made In Brazil, banda que se encaminha para completar inacreditáveis 45 anos de existência ininterrupta.


Inquieto como convém aos músicos e criativo como é inevitável aos grandes artistas, Babalu agora se lança de cabeça e sem rede de proteção a uma nova aventura: Betagrooveband. Assim mesmo, tudo escrito junto, como que a representar em termos gráficos a urgência desse novo projeto, um power trio dedicado a fazer rock instrumental. Dois jovens abraçaram a ideia junto com o guitarrista. No baixo, PV Ribeiro é técnico e competente em sua função de harmonizar e encorpar as frases que ao mesmo tempo acompanham e duelam com a guitarra. Marina Abramowicz é a bela que vira fera atrás do kit simples mas de raro timbre. 

Como convém aos grandes bateristas, ela se encarrega do motor que empurra a banda. E à frente de tudo está Babalu, colocando seu feeling e sua elegância inesgotáveis em temas em que suas influências se misturam de forma totalmente própria: muito soul, algo de funk, uma pitada de jazz e rock sem economia brotam da Fender Stratocaster sempre timbrada com esmero e com clareza, permitindo que o ouvinte não só compreenda cada nota emitida mas, principalmente, viaje junto com o Babalu – sim, ele é daqueles músicos que se entregam em cena, algo raro nesses dias de música pré-fabricada e feita para ser consumida de pé com a barriga encostada no balcão.


Você não vai ver a Betagrooveband no programa de maior audiência da televisão, nem na trilha da novela, muito menos na parada de sucesso. Isso importa? Nesse contexto, é claro que não. E, melhor que tudo, sempre que você se deparar com Babalu, PV e Marina em cima de um palco vai ver os três dando o sangue, como se houvesse um estádio lotado diante deles. Fala sério: o que mais se pode exigir de uma banda de rock?

Release escrito por Antonio Carlos Monteiro, jornalista e crítico musical da revista Roadie Crew, e enviado pela assessoria da banda através de Karen Holtz.

Quem não gosta de Rock, bom sujeito não é. Curta abaixo que o som é bem bom mesmo, coisa fina.



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