terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

YES: 90125 e Big Generator, clássicos perdidos no tempo


Em 1982, passado mais de um ano depois do fim do Yes, Chris Squire e Alan White formaram um novo grupo, chamado Cinema, junto com o guitarrista Trevor Rabin (do Rabbit). O primeiro tecladista do Yes, Tony Kaye foi chamado de volta para participar, já que Squire acreditava que a técnica mais direta de Kaye iria cair bem para a banda.

Rabin, que já era um artista solo com três discos lançados, ajudou a compor "Owner Of A Lonely Heart". Seu direcionamento pop deu a música um apelo comercial o suficiente para fazê-la ter destaque na era MTV, mas ainda assim ele trazia alguns aspectos do estilo original do Yes - em especial, as harmonias vocais.

Originalmente, os vocais seriam de Rabin e Squire, mas no começo de 1983, Chris Squire tocou para Jon Anderson algumas músicas do Cinema em uma festa em Los Angeles. Impressionado por músicas como "Leave It", Anderson aceitou o convite de Squire de cantar nesse novo projeto, resultando numa reformulação "acidental" do Yes.


Muitos fãs chamam essa formação de "Yes do Oeste", devido à residência da banda em Los Angeles e sua nova sonoridade, típica de bandas pop americanas. Essa versão do Yes também é chamada de "Generators", originado do nome do segundo disco dessa formação, "Big Generator". A nova sonoridade desagradou muitos fãs, por abrir mão de suas características originais para se valer de músicas próprias para se tocarem em rádios. No entanto, muitos fãs do Yes gostam dos dois períodos.

O primeiro disco da banda desde a reunião, "90125" (produzido pelo ex-vocalista Trevor Horn), apresentou uma mudança radical em relação a seu som original. Era mais visceral, com efeitos eletrônicos modernos para a época. 90125 foi o disco do Yes mais bem-sucedido, eventualmente vendendo mais de seis milhões de cópias e assegurando um longo tempo de durabilidade para o Yes, com uma turnê que durou mais de um ano. A música "Owner Of A Lonely Heart" foi um sucesso em várias paradas (e sampleada inúmeras vezes desde então), inclusive no Brasil, onde até hoje é talvez uma das músicas mais famosas da banda. Com essa formação a banda apresentou-se no festival Rock In Rio em 1985, para um público de 200 mil pessoas.

O tecladista que aparece no videoclipe da música é Eddie Jobson. O Yes também teve sucesso com "Leave It" e "It Can Happen", e ganhou um Grammy por melhor instrumental de rock ("Cinema", uma jam session curta e complexa), sugerindo que o grupo não abandonou por completo sua musicalidade em troca de sucesso comercial, como alguns fãs alegam.

O álbum de sucesso também gerou um vídeo (9012Live) e um disco ao vivo (9012Live: The Solos) que incluía peças solo de Anderson, Rabin, Squire e Kaye, além de uma jam entre Squire e White.


Em 1986 o Yes começou a gravar "Big Generator". Infelizmente, problemas internos (principalmente entre Squire e Anderson) ameaçavam o encerramento do processo de gravação, e Trevor Rabin acabou finalizando sua produção. Apesar de Big Generator (1987) não ter sido tão bem sucedido quanto 90125, ainda assim conseguiu vender dois milhões de cópias. Alguns fãs do Yes consideram Big Generator como sendo mais fiel ao som original do Yes do que seu predecessor, graças a um esforço concentrativo de gravar músicas mais longas como "I'm Running" do que as faixas mais pop.

"Love Will Find A Way" se saiu moderadamente bem nas paradas, juntamente com "Rhythm Of Love", quase passando o Top 40. A turnê de 1988 terminou com um show no Madison Square Garden, como parte das comemorações de 40 anos da Atlantic Records, mas deixou os membros do Yes exaustos e frustrados uns com os outros.

Os dois discos são clássicos perdidos no tempo, mas com certeza um complementa o outro. Dois discaços indispensáveis pra quem curte esse som mais etéreo, mais cru do Yes, com leves toques eletrônicos, característicos dos anos 80. 



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